Manutenção de jardim: 8 dicas simples e essenciais!

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A Primavera está aqui e, apesar de ter começado chuvosa, estamos certos de que os dias quentes não tardarão e que o Verão será pleno de sol. E o Verão pede dias ao ar livre passados na praia, na piscina ou… no jardim, claro está!

Ter um jardim é um privilégio, mas também uma responsabilidade. No dia-a-dia, entre o trabalho, a casa e tantos outros afazeres, é difícil encontrar tempo para cuidar das plantas. Porém, o jardim deve ser mantido ao longo de todo o ano e não apenas quando as estações quentes se aproximam. Há pessoas que adoram esta actividade e encontram nela a catarse para a agitação do dia-a-dia e há também as que não só não percebem nada do assunto, como não têm particular vontade em inverter a situação. Neste último caso, recomendamos que se contrate um profissional para fazer a manutenção.

Ainda assim, vamos tentar mudar a opinião de quem não gosta de cuidar do jardim e partilhar algumas dicas de manutenção muito simples que consideramos básicas para ter o mais arrebatador espaço exterior do quarteirão.

Tome nota.

​1. Qual é a melhor altura para cuidar do jardim?

Como lhe dizíamos, não se pode lembrar que o jardim existe apenas na Primavera/Verão. Há cuidados que devem ser mantidos ao longo de todo o ano.

Janeiro é um bom mês para se organizar e começar a planear eventuais mudanças no jardim. Procure imagens de jardins que o inspirem a projectar o seu e estude a lista de plantas e de árvores que melhor se adaptam à região onde vive. Ao mesmo tempo, aproveite os dias de Janeiro soalheiros para manter o seu jardim em ordem (apanhar folhas secas e frutos do chão, remover a neve do relvado e plantas, podar ramos mortos, doentes ou danificados, substituir o mulch, etc.).

Em Fevereiro, as plantas já se estão a preparar para a Primavera, pelo que deve terminar o seu planeamento. Desenhe o layout do jardim, encomende/compre as sementes, teste o solo e nutra-o com composto.

Em Março chega, finalmente, a Primavera e, com ela, os dias mais longos que lhe permitem passar mais tempo ao ar livre a plantar, a reparar estragos causados pelo Inverno, a podar árvores e a trazer novas para a paisagem, e assim por diante. Em Abril, os seus esforços começarão a dar frutos até porque se trata de um mês chuvoso. Em Maio, a Primavera está no auge e pode plantar mais flores, vegetais, árvores, arbustos, entre outras coisas. Com produtos orgânicos, proteja o seu jardim de alguns animais.

Junho é o mês em que pode desfrutar do seu jardim sem dispensar uma manutenção simples aqui e ali. Em Julho e em Agosto, com os picos de calor, esteja atento às pragas e à rega do jardim.

Em Setembro acaba o Verão e começa-se a fechar um ciclo no jardim. Devote alguma atenção à relva e aproveite as folhas que caem das árvores para fazer um composto orgânico. Em Outubro, os dias arrefecem e os dias encurtam. Em cada estação, há plantas e árvores que podem ser semeadas. Informe-se sobre as melhores alturas do ano para plantar cada espécie e aproveite para levar a cabo essa tarefa. 

Em Novembro, deve preparar o seu jardim para o Inverno. Nesta altura, poderá regar menos, podar galhos secos (mas não drasticamente), ir retirando folhas mortas, cobrir o relvado (pise a relva o menos possível) e adubar o solo com ingredientes orgânicos. No último mês do ano, Dezembro, verifique regularmente o estado de cada planta, limpe a neve (se for o caso), continue a poda de ramos secos e a apanha de folhas mortas e comece a pensar no ano seguinte.

​2. Como se deve regar e que sistemas de rega há?

A rega é essencial no que à manutenção do jardim diz respeito. As camas das plantas devem-se manter homogeneamente húmidas e a rega ser feita uma a duas vezes por semana. O jardim deve ser regado ao fim do dia ou logo pela manhã quando o solo está mais frio. Se não o fizer, a água acabará por evaporar com o calor em vez de ficar armazenada no solo. 

Se tiver um sistema de rega, tanto melhor. Os sistemas de rega mais populares são o tradicional por alagamento, o sistema por aspersão e o sistema gota-a-gota. Neste último sistema, consegue-se preservar o ambiente pois a água é distribuída uniformemente pelas raízes com um elevado grau de aproveitamento. Desta forma, usa-se menos água, produtos e fertilizantes, ao mesmo tempo que se optimizam os resultados. Por outro lado, os sistemas de alagamento e de aspersão gastam demasiada água que acaba por não atingir todos os pontos necessários. Ainda assim, o de aspersão é melhor do que o de alagamento.

E como funciona o sistema gota-a-gota? Neste sistema, a água é levada por tubos, saindo em pequenos orifícios próximos das raízes das plantas. A eficiência deste sistema é de 90%, embora o custo de instalação seja elevado. Contudo, como a poupança de água é muito significativa, acaba por se recuperar, a médio-prazo, o dinheiro investido. Vale ainda realçar que os sistemas gota-a-gota enterrados estão menos expostos a pragas e a danos mecânicos.

​3. Como tratar da relva?

Um relvado com falhas ou porções amareladas transmite um aspecto descuidado. Não descure o seu. 

Em primeiro lugar, deve cortar a relva com regularidade para que lhe dar vigor e fazer com que cresça saudável. Cada vez que aparar a relva, deve mudar a direcção para que folhas não sejam sempre pressionadas no mesmo sentido. Em cada corte, encurte a relva para cerca de metade. A altura média é de aproximadamente cinco centímetros. Porém, no Verão, a relva pode ser mantida mais alta para resistir aos períodos de seca.

Sabia que, ao cortar a relva, está a fazer com que ela perca nutrientes? Estes nutrientes devem ser restituídos para a manter saudável, pelo que deve fertilizar o relvado uma vez por mês ou de cinco em cinco semanas. Procure um fertilizante numa loja de jardinagem e siga as instruções da embalagem.

A frequência da rega dependerá da humidade, da temperatura e do aspecto da própria relva (que fica num tom cinza-azulado ou murcha quando precisa de água). Se o relvado for recém-plantado, então deve ser regado uma vez por dia para fortalecer as raízes.

As ervas daninhas podem ser removidas mecanicamente ou com um escarificador manual que é utilizado amiúde para impossibilitar o seu crescimento. Quanto mais raiz conseguir retirar, menos probabilidade existe de elas voltarem a crescer. Em último caso, recorra a herbicidas ou reforme o solo por completo.

As raízes precisam de respirar para crescer e nem todos os solos lhes proporcionam ar suficiente para que isso aconteça. Faça buracos na relva com uma forquilha e encha-os com areia grossa para a água escorra e, ao mesmo tempo, providencie oxigénio às raízes. Escarifique a relva para retirar raízes mortas e outros resíduos.

​4. A qualidade do solo é muito importante!

As suas plantas não crescerão fortes se o solo não tiver qualidade e estiver bem nutrido. Para que isso aconteça, há várias formas.

Comecemos pela matéria orgânica. Já reparou que, nos bosques, o solo está coberto por galhos e folhas? Essa matéria orgânica funciona como protecção. Em sua casa, pode usar as folhas que caem das árvores e até restos de alimentos da cozinha (cascas de legumes para a sopa, por exemplo) para enriquecer o seu solo sob a forma de um composto. 

O esterco dos animais é rico em nitrogénio e potássio, pelo que também funciona como fertilizante. No entanto, como é óbvio, não deve ser usado fresco, mas sim compostado ou misturado com água.

Como lhe explicámos acima, as raízes precisam de ar. Nesse sentido, se tiver um solo demasiado compacto, faça alguns furos para o ar circular. Numa área grande, este trabalho deve ser levado a cabo por máquinas.

Já terá, por certo, ouvido falar em mulch, um coberto colocado sobre o solo feito à base de material orgânico como folhas, palha, serragem, casca de árvores, entre outros. O mulch forma como que uma barreira física à transferência de vapor de água e de energia entre a atmosfera e o solo.

​5. Use água de qualidade!

O ser humano não bebe uma água qualquer e as plantas também podem ver o seu crescimento comprometido se não forem regadas com uma água de qualidade. O cloro, por exemplo, é-lhes prejudicial e deve ser eliminado com filtros de carbono. Se a água for apenas para regar alguns vasos, pode deixar um recipiente com essa água ao sol de modo a que o cloro se transforme em gás e evapore. Outra coisa que pode fazer para neutralizar o cloro é ferver a água 20 minutos e usá-la depois de fria ou utilizar cápsulas de vitamina C.

A água utilizada para regar o jardim pode, ainda, ser enriquecida com nutrientes como fertilizante solúvel e algas adicionais, por exemplo. Não queremos deixar de realçar que regar a base das árvores com uma água rica em potássio torna os frutos mais saborosos e sumarentos. O potássio é importante para controlar a antracnose no abacate e na manga, para além de melhorar o vigor das plantas e a resistência das folhas aos fungos.

​6. Podar correctamente

Apesar de se poder podar ao longo de todo o ano, há espécies nas quais a poda resulta melhor se for feita numa determinada altura. Vale, por isso, a pena consultar essa informação antes de pôr mãos à obra, assim como o tipo de corte a fazer em cada planta e árvore.

Apesar de o tipo de corte variar, há algumas regras básicas pelas quais se pode orientar. Primeiro, deve preservar a forma do arbusto ou da árvore. Comece por eliminar os ramos mortos e depois os duplicados, ou seja, os que se cruzam e estão na mesma direcção que outros. O corte deve ser feito a cinco ou seis centímetros acima do olho e no sentido oblíquo. O material usado deve estar bem afiado para os cortes serem incisivos. Se cortar um grande ramo, faça primeiro uma incisão e serre depois.

Antes de podar, reúna as ferramentas necessárias. Há tesouras, serrotes, corta ramos para a poda de todos os preços, tamanhos e feitios. Use, além disso, luvas e óculos de protecção durante esta actividade.

​7. Controle as pragas e o acesso de alguns animais

Roedores, insectos e outros animais: um problema para muitos jardins. Como pode mantê-los afastados de forma pacífica e orgânica?

Em primeiro lugar, sugerimos que construa uma vedação. A vedação, para além de manter afastados os animais, também proporcionará maior segurança e privacidade ao espaço. 

Outra técnica eficaz para evitar pragas é através do uso de plantas aromáticas cujas fragrâncias desorientam eventuais agentes de destruição. Entre elas, destacamos o alecrim, a hortelã, o tomilho, os coentros e o funcho. O alho, a cidreira, a lavanda e o absinto são também profícuas neste sentido. 

​8. Que profissionais lhe podem ser úteis?

Não consegue tratar do seu jardim sozinho ou não tem tempo para isso? Não faz mal. Chegou ao sítio certo. Aqui na homify, reunimos uma vasta lista de profissionais organizada por categorias. No que ao jardim diz respeito, poderá valer a pena contratar um arquitecto paisagista e um jardineiro. Para afunilar a sua pesquisa, adicione o seu código postal ou nome da área servida.

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