Projecto encantador de interiores históricos

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1872 - River House, Floret Arquitectura Floret Arquitectura Commercial spaces
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Ainda se lembra do artigo que escrevemos a semana passada sobre um projecto de reabilitação no coração da cidade do Porto? Desenhado pelo atelier Floret ArquitecturaCasa Magalhães chegou ao TOP 5, num artigo que resumiu os artigos mais notáveis da semana passada. Pois bem, hoje mostramos-lhe um projecto semelhante, desenvolvido pela mesma equipa, mas desta vez o projecto tem uma escala e propósito diferentes. 

Em vez de uma casa para um família numerosa, este edifício foi reabilitado para servir todos aqueles que queiram passar uns dias na belíssima cidade do Porto. Um hotel, mesmo junto ao Rio Douro.

Entrada misteriosa

A principal entrada do hotel é feita a partir de uma cota superior, uma espécie de miradouro, onde conseguimos de imediato vislumbrar o rio Douro, ainda que afastados dele. Uma porta única, bastante desenhada e ornamentada, dá início a um corpo que corre ao encontro do edifício. Uma imagem bastante poética e misteriosa.

Explosão de cores

Se já conhece a imagem da cidade, não se esqueceu certamente de uma das suas características mais marcantes: a cor! Este é um edifícios dos que compõe a paleta de cores da frente ribeirinha do Porto. Um edifício de seis pisos, no conhecido Muro dos Bacalhoeiros, que em 2008 sofreu um grande incêndio, conduzindo à sua destruição. 

Dado o contexto, despoletado pela vontade criar um local turístico, os arquitetos desenvolveram uma intervenção de restauro, ampliação e remodelação das construções em ruínas de modo a acomodarem as novas funções. Neste sentido, a proposta caracteriza-se pela tentativa de dar continuidade à linguagem arquitectónica da região cumprindo com a sua nova missão que passou a ser a de albergar um alojamento turístico de qualidade.

Venha connosco e fique a conhecer um projeto à moda do Porto que, certamente, não o irá desiludir.

Mesmo à beirinha

Quando dizemos “junto ao rio”, é mesmo à beira Rio! De outra forma não poderia ser, e daí o nome escolhido: River House! Do interior vê-se o rio, e cá fora, podemos tomar um pequeno almoço relaxado junto à água, quase como se num barco estivéssemos.

Todos os momentos importam e aqui há tempo para ler um livro no terraço, para tomar uma bebida a qualquer hora, para conversar com quem entra ou com quem sai.

Ligação especial

Como já percebeu, a entrada do hotel é diferente do habitual. Um corpo esbelto em vidro pintado que é anexado ao edifício principal, desenham assim um corredor de entrada bastante peculiar. Um elemento que serve de ponte e que juntamente com a fachada pintada de cor-de-rosa, destaca o edifício entre tantos outros.

Um quadro vivo!

O encanto começa no momento que percorremos este corredor de luz. Graças ao vidro que compõe o volume, o espaço transforma-se num autêntico corredor de luz, que nos surpreende ao chegarmos ao fim.

Assim que nos aproximamos da porta de entrada, uma janela abre-se ao rio, criando um autêntico quadro vivo.

Da sala para o rio

O trabalho desenvolvido nos interiores procurou complementar a beleza da arquitetura original. A grande maioria das paredes e tectos foram revestidos a branco de modo a multiplicar a sensação de iluminação proporcionada pelos vãos garantindo uma leitura mais clara dos espaços. A atmosfera minimalista destes elementos é contraposta pela preservação de alguns planos em granito que além de tornar o espaço mais acolhedor, preserva a dimensão tradicional da arquitetura numa intervenção com uma importante componente de modernização. A partir da sala, sentimos a continuidade em relação ao terraço.

Simplicidade

São oito os quartos que compõem a River House. Uns virados para as ruas da cidade, outros virados ao rio. Todos os quartos têm características diferentes, mas todos sem excepção são marcados pelo máximo conforto. Porque cada um dos quartos da River House conta uma história, todos eles estão mobilados de forma diferente. Os móveis, na sua maioria portugueses, foram todos recuperados e pensados à medida de cada lugar que ocupam.

Divisórias

No interior dos quartos, a escolha de materiais e decoração foi bastante diversificada criando um ambiente harmonioso. Neste primeiro quarto, não podemos deixar de reparar na engenhosa forma de separar os diferentes espaços através de paredes em ripa que não só ajudam a definir diferentes zonas dentro do mesmo espaço, como garantem a boa iluminação dos mesmos.

Paredes em Pedra

Partindo da vontade de preservar as memórias inerentes à época construtiva, o atelier procurou preservar a tipologia construtiva mantendo a sua estrutura e linguagem, combinando-a com as exigências de conforto da contemporaneidade. Deste modo o projeto desenvolveu-se em torno de detalhes cirúrgicos que  garantiram uma nova vida ao espaço sem incorporar contrastes dramáticos com o edificado ou com a envolvente.

À semelhança do espaço comum de sala no piso térreo, também nos quartos algumas paredes em granito foram preservadas. Desta forma, os tons claros que cobrem os tectos e algumas das paredes, são contrariados por estas paredes de granito. É graças a esta opção que, pela mistura de tons, o quarto se torna visualmente mais acolhedor e interessante.

Uma cabeiceira original

Aqui, a mistura é feita na perfeição. Numa cidade que não pára de se renovar, o hotel consegue gerir de forma harmoniosa a tradição da cidade do Porto, com as necessidades e gostos mais contemporâneos. Repare na cabeceira deslumbrante desta cama, composta por azulejos recuperados, e ainda no pormenor de iluminação traseira que não só destaca a cabeceira, como da mais profundidade à parede em pedra.

A decoração dos quartos, apesar de quase inexistente, assume um papel fundamental ao introduzir pequenos elementos de design diversificados, capazes de finalizar um conjunto eclético e equilibrado.

Recanto de Leitura

Neste Hotel, cada canto é supreendente. Repare que junto à escadria principal, foi desenhado um pequeno recanto de leitura. Este é um lugar onde não há pressa. Onde as coisas acontecem ao ritmo das pessoas e ao ritmo de uma cidade que é ao mesmo tempo moderna e tradicional.

Como já percebeu, não se tratando de uma reabilitação integral, esta intervenção aproveitou o máximo do pré-existente, conciliando materiais e técnicas construtivas tradicionais com materiais e técnicas construtivas contemporâneas. A escada principal é um bom exemplo disso: apesar de se tratar de uma estrutura de betão com um design claramente contemporâneo, acaba por ocupar um lugar central no prédio, recriando a composição e morfologias tradicionais da casa burguesa portuense.

Uma sala confortável

Aqui, ao anoitecer, a sala ganha dimensão através da iluminação artificial. A parede em pedra destaca-se por conferir à sala um tom mais quente, transformando esta zona  num espaço convidativo, mas ainda assim calmo e acolhedor. 

Esta é uma River House toda feita à medida daqueles que querem descansar, mas também à medida daqueles que querem partir à descoberta de novas histórias. 

Um lugar onde cruzar-se com gente de todos os lugares, um lugar onde sonhar, um lugar onde ficar cara a cara com o rio Douro. Uma varanda sobre a água.

Boa noite Porto

Aquilo que se torna mais fascinante nesta intervenção é a forma como a equipa de arquitectos, conseguiu modernizar os espaços através de intervenções sublimes.

Opções simples, mas com um enorme bom gosto e sentido estético.

Procurando complementar a arquitetura original e enaltecer os privilégios proporcionados pela localização, respeitando e aproveitando sempre o máximo do pré-existente, conciliando materiais e técnicas construtivas tradicionais, com materiais e técnicas construtivas contemporâneas. 

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